Publicado por Sysadmin Urbano | Infraestrutura, SysOps e DevOps
Um guia prático para quem vive na linha de frente da operação de sistemas.
CentOS 8 - Downstream vs Upstream e alternativas viáveis
Para quem está acostumado com a confiabilidade e estabilidade de sistemas Linux em ambientes de produção, o CentOS sempre foi uma escolha quase automática. Gratuito, estável e baseado diretamente no RHEL (Red Hat Enterprise Linux), o CentOS tradicional era um clone fiel – o famoso downstream. Mas tudo mudou com o CentOS 8.
O que aconteceu com o CentOS 8?
A Red Hat anunciou que o CentOS 8 deixaria de ser uma reconstrução do RHEL para se tornar o CentOS Stream, um projeto upstream. Em termos práticos, isso significa que o CentOS deixou de ser um reflexo fiel das versões estáveis do RHEL para se tornar um laboratório, uma prévia do que poderá ou não entrar na próxima versão do RHEL.
Isso causou grande preocupação na comunidade e em administradores de sistemas. Afinal, o CentOS era utilizado em larga escala em produção exatamente por sua estabilidade herdada do RHEL. Com a mudança para upstream, ele passou a oferecer versões de pacotes mais recentes, ainda em testes ou ajustes, o que quebra o princípio de previsibilidade em ambientes críticos.
Downstream vs Upstream: Qual a diferença?
- Upstream: é a fonte. Tudo que é testado, proposto, ou modificado começa aqui. Bugs e novas features são esperadas.
- Downstream: é o refinado. O código já passou por testes rigorosos, correções e estabilização. É onde se busca confiabilidade.
O CentOS tradicional era um downstream do RHEL. O CentOS Stream, atual, é um degrau acima do RHEL. Ele recebe atualizações antes do Red Hat – e isso pode parecer bom, mas para produção, significa riscos.
Quais alternativas considerar?
A substituição do CentOS tradicional exige reflexão. Felizmente, surgiram projetos que retomam sua proposta original. Aqui estão os principais:
- AlmaLinux: projeto comunitário mantido pela CloudLinux. Totalmente compatível com RHEL, serve como downstream puro.
- Rocky Linux: fundado por um dos criadores originais do CentOS. Tem como missão continuar o legado do CentOS como distribuição estável para produção.
- Oracle Linux: também compatível com RHEL. Apesar de ser mantido pela Oracle, é gratuito e vem ganhando adeptos, especialmente pela opção de kernel otimizado (UEK).
Conclusão
A mudança do CentOS 8 para um modelo upstream não é "errada" — ela atende aos interesses de desenvolvimento da Red Hat. No entanto, para quem busca um sistema estável, confiável e previsível, é preciso olhar para alternativas que mantenham o conceito de downstream. AlmaLinux e Rocky Linux se tornaram, hoje, os principais herdeiros naturais do CentOS clássico.
A escolha do sistema operacional para seu datacenter ou ambiente corporativo deve sempre passar por testes e planejamento. Mas uma coisa é certa: CentOS 8 deixou de ser a solução ideal para produção.
Excelente perspectiva ! A mudança do CentOS 8 para o modelo upstream realmente pegou muitos de surpresa (pelo menos ao meu ver em algumas midias que sigo), especialmente quem dependia da sua estabilidade em produção. AlmaLinux e Rocky Linux surgiram como ótimas alternativas, mantendo o espírito do CentOS original. Ainda assim, é importante avaliar cada caso, testar e planejar a migração. Para quem busca inovação, o CentOS Stream pode ser interessante, mas em ambientes críticos, o downstream ainda é rei. Ótima análise das opções disponíveis! #Linux #DevOps
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